terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Carta às minhas filhas

"So I want tonight to express gratitude to all the women who have endured years of abuse and assault because they, like my mother, had children to feed and bills to pay and dreams to pursue. 

For too long, women have not been heard or believed if they dared to speak their truth to the power of those men, but their time is up. 

So I want all the girls watching here now to know that a new day is on the horizon.
And when that new day finally dawns, it will be because of a lot of magnificent women, many of whom are right here in this room tonight, and some pretty phenomenal men fighting hard to make sure that they become the leaders who take us to the time when nobody ever has to say, “Me too” again. Thank you". 

Esta é parte do discurso que a Oprah Winfrey fez quando subiu ao palco para receber o prémio Cecil B. DeMille que reconhece quem se destacou no cinema. Há muito que sigo a Oprah que é uma referência para todos os americanos, não só pela sua história de vida mas, sobretudo, pelo exemplo que dá e valores que transmite. Uma mulher forte, inteligente, sensível e muito humana, é assim que a vejo. 

Ontem, ao ler e ouvir o discurso, pensei na história dos estados unidos da américa (sim, tive de a estudar toda no meu tempo de faculdade!), pensei em todas aquelas mulheres, lembrei-me dos escravos, do racismo e mais ainda, do machismo e sexismo. E depois senti-me gelada porque me lembrei que tenho duas filhas. E que tenho - aliás eu e o André - temos, uma enorme responsabilidade para com elas. 

"Minhas filhas, quero que saibam e que sintam sempre que o pai e a mãe vos amam e vos respeitam, tal como são. Saibam que ninguém terá por vós um amor como o nosso e peço-vos que apenas isso vos chegue para se sentirem fortes e preparadas para enfrentar o mundo. Não têm de obedecer a homem nenhum pois ninguém é dono de vós. Terão sim de respeitar e ser respeitadas. Não têm de sofrer caladas nem muito menos de fazer aquilo que não querem, nem que seja "só esta vez". Lembrem-se que o verdadeiro amor está no respeito, no diálogo, no companheirismo, independemente da orientação sexual que tiverem. Não deixem que vos olhem com maldade nem que vos desrespeitem com piropos. Não deixem que a vossa auto-estima seja abalada por alguém que não vos merece. Amem alguém que seja capaz de vos aceitar como são, que vos respeite, que cuide de vós como se de uma flor falássemos, que tenha orgulho em ser vosso companheiro(a), que vos conheça e que vos ame, com todas as vitudes e defeitos que têm, que vos ame com um brilho nos olhos. Não deixem que vos dominem nem com palavras nem com acções e por favor, se assim for, não tenham medo de falar. Pior é sofrer em silêncio. A verdade tem que ser libertadora". 



Um beijinho da Mãe que vos ama 

Mafalda   

  

1 comentário:

  1. Adorei Mafalda, que bela carta. Que bela mensagem e educação está a passar às suas filhas.

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