segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Um valente SUSTO!

Ainda no Sábado comentava com uns primos meus que, quando se tem filhos, o crescimento e as dificuldades surgem por etapas. Primeiro, aparece a dificuldade na amamentação (pelo menos para mim, claro): pega bem, pega mal, a sucção não é de forma correta, engasga-se, chora, mama muito, mama pouco, faz ferida, afinal mama bem, já passou! Depois vêm as cólicas, massaja a barriga, dá banhos quentes, passa o óleo de amêndoas doces, experimenta meio mundo de soluções no mercado e finalmente o medicamento homeopático funciona! Já está controlado! De seguida vêm as noites mal dormidas, basta ficar constipada ou mudar de ambiente e o sono da Carminho desregula! Andámos meses a tentar acertar a rotina para que tudo voltasse a ser como era, não foi nada fácil mas, felizmente, conseguimos! (fica por contar noutro post). 

O tempo foi passando e, fora estes acontecimentos, não tivemos nenhum episódio que se revelasse de extrema dificuldade. Agora que chegou aos 18 meses (no mês passado), notamos que a Carminho deu um pulo gigante, não tanto em termos de tamanho mas em termos sociais e cognitivos. Fala muito (mesmo muito!) e esforça-se diariamente por alargar o leque de vocabulário, repetindo tudo o que dizemos. Já tenta fazer frases curtas, agradece e pede "se faz favor". Sabe o nome dos pais, dos avós e dos amigos e familiares mais próximos e canta, canta imenso! Dá gosto ver que se interessa por tudo e que é muito curiosa mas sabemos que esta curiosidade também acarreta responsabilidades nossas: em ensinar-lhe mas sobretudo mostrar-lhe como são as coisas e como se deve agir perante determinadas situações. Sinto que, a partir de agora, estamos a educar verdadeiramente e confesso que isso me assusta. 

Até agora, a Carminho frustrava-se com o "não" e chorava muitas vezes. Estes episódios felizmente duravam pouco e tentávamos explicar-lhe a razão do "não". Acalmava-se passados uns minutos. Esta última semana a Carminho mudou um bocadinho e, em vez de chorar porque não cedemos ao que quer, continua a tentar. Tem, por isso, tentado experimentar-nos. Começou por subir e andar por cima do sofá, mexer em coisas que não devia, bater com a colher no prato à hora da refeição.... Hoje, decidiu ir um bocadinho mais longe e fugiu no parque de estacionamento da CUF. O carro estava estacionado contra uma parede e abri a porta do passageiro para colocar coisas antes de a sentar no banco de trás. Como ficou com a passagem bloqueada de lado (com o outro carro), à frente (com a porta aberta) e atrás (com a parede), achei mesmo que não pudesse haver perigo...e, numa fracção de segundos, escapou-se e desatou a correr pelo parque de estacionamento afora. Sei que o meu coração congelou, como se naqueles breves minutos que demorei a apanhá-la não houvesse batimentos. Só pensava que me pudesse fugir de vez, que nunca mais a ia ver ou que pudesse ser colhida por um carro...meu deus, que aperto! 

Quando a agarrei confesso que tive vontade de lhe dar uma palmada pois, durante todo aquele tempo (que não foi mais de 1 minuto mas que me pareceu uma vida!) estive a chamá-la e ela ignorou. Depois pensei que palmadas não iam servir de nada, apenas para aliviar a minha zanga. Enfim, baixei-me ao nível dos olhos dela e disse-lhe para nunca mais fazer aquilo, para vir quando eu a chamo, que é um sítio cheio de carros e tudo mais. Chorou durante uns 5 minutos porque percebeu (acho eu) que fiquei zangada, triste com ela. Mas, sinceramente, não sei se é assim que é suposto, se lá ficou alguma coisa na cabeça ou se foi só emoção do momento. 



Como é que costumam fazer no caso de bebés com a idade da Carminho?  

Um beijinho, 

Mafalda 

  
  

4 comentários:

  1. Faria tal e qual o que fizeste e depois acho q no silêncio chorava muito mas mesmo muito pelo susto...

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  2. Fez muitissimo bem. Mais vale 5 m de chiro do que passar o resto da sua vida a ser desafiada. As crianças precusam de regras cedo para mais tarde saberem reconhecer o perigo.

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  3. Tive uma situação parecida (com a agravante de ter sido na rua e ela ter-me fugido para a estrada), quando a agarrei primeiro tive de a abraçar para me certificar que estava bem, depois ralhei-lhe e expliquei-lhe os perigos, lembro-me que ficou muito séria a olhar para mim. Quando o pai chegou eu tremia que nem varas verdes e chorei, chorei muito e durante algumas noites ainda tive pesadelos... Aliás estar a ler o post recordou-me o que senti na altura. Um beijinho, Rita

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  4. Olá.
    Identifiquei-me bastante porque me aconteceu tal e qual o mesmo como meu filho, no parque de estacionamento do Cascaishopping. Eu fartei-me de gritar por ele e ele andava lá a correr/fugir entre os carros. Nem se via... uma senhora agarrou-o e gritou "está aqui". Eu senti-me exatamente como tu!
    Cheguei ao pé dele e ele com um ar importante, sem me ligar, do género "o q aconteceu? o q eu fiz?", peguei nele ao colo e também lhe disse para não voltar a fazer aquilo. É muito perigoso porque há muitos carros. Disse que fiquei muito aflita, perguntei se queria ficar sem mim e no fim dei-lhe beijos e disse q gosto muito dele.
    Enfim...ás vezes também n sei bem como agir! Bjs

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