segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Carminho foi para a escola (o 1º mês)

Muito me pediram para falar sobre a adaptação da Carminho à escola e, nesse sentido, realizei,  no instagram (aqui) uma sondagem para saber se preferiam que vos contasse por escrito ou através dos stories no instagram. A maioria votou nos stories mas, infelizmente, o vídeo que fiz não foi publicado devido a um problema de espaço no telemóvel :( 
Assim sendo, vai por aqui, espero que não se importem! 

As primeiras duas semanas de colégio foram difíceis para a Carminho e para nós (confesso!). Depois de se aperceber que não ficava no colégio por uma hora ou duas mas o dia todo, começou a chorar desde que se levantava até que a deixávamos (durante o dia tinha momentos em que se distraía, outros em que chorava e chamava por nós, especialmente por mim pois sabe que trabalho no edifício em frente). Explicámos-lhe sempre que ir para a escola era para ser uma coisa boa, que lá ia poder aprender imensas coisas, brincar com outros meninos e explorar a Natureza (o colégio tem muitos espaços verdes), mas nada parecia convencê-la a gostar deste novo espaço. Falou muitas vezes que não queria ir, que não gostava do colégio, que queria era ir para casa da avó L. (a pessoa que ficava com ela) mas nunca cedemos, ou seja, nunca trocámos uma coisa pela outra. Falámos com a avó L. e concordámos que a Carminho continuaria a ir a casa dela mas apenas uma vez por semana e à sexta-feira à tarde, de modo a que não comprometesse a adaptação da Carminho.

Foi duro. A Carminho percebeu que nos afetava com todo este choro e insegurança e aproveitou-se disso para nos fazer pensar e vacilar (mais a mim que sou mais fraquinha nestas coisas! ahahah!), chegou a dizer-me que se zangavam com ela e que a punham de castigo...tudo invenções! Tenho a maior confiança nos meus colegas e, por esta razão, nunca duvidei que estava a ser muito bem tratada (aliás até demais pois faziam de tudo para que se distraisse, inclusivamente carregar com ela ao colo praticamente o dia todo!). Percebemos, juntamente com a Coordenadora, que estava a tentar levar a sua avante e por-nos a pensar. Como a nossa abordagem não estava a resultar, mudámos de atitude. Explicámos-lhe que agora era crescida e que estava na altura de ir para o colégio, ter novos amigos e aprender muitas coisas novas, tal como a Frederica faz na creche. O pai e a Mãe iam trabalhar, a Kiki ia para a escola aprender e estava na altura dela fazer o mesmo. Recusou muitas vezes mas explicámos-lhe que não havia alternativa, só dependia dela aceitar e acalmar-se para que começasse a perceber que a escola era um local bom.

Na segunda semana já começou a deixar de chorar na altura da despedida e, a partir da terceira semana, já ia para o colégio toda contente. À hora de saída, vinha a correr sempre com um sorriso de orelha a orelha e, na última semana, já não a vimos ao portão ao fim do dia, estava distraída a brincar com outros meninos. Começou, progressivamente, a falar da Educadora e da auxiliar, dos amigos, das aulas de música, da ginástica, da pintura, do inglês e do ballet. À terça e à quinta-feira dou aulas na sala ao lado da dela e, no recreio, já consigo estar um bocadinho com ela e despedir-me sem que chore. Já percebeu que a Mãe é professora dos mais crescidos, que dá aulas no edifício em frente mas que esse é o trabalho da Mãe. Já percebeu que, se me vir durante o dia, não é porque a fui buscar mais cedo mas porque estou a trabalhar. =)

Foi duro. Para ela e para todos (acreditam que, na primeira semana de adaptação da Carminho, tivemos dificuldades em deixar a Kiki na creche também?). Foi difícil mas já passou. Sinceramente não achavámos que ia ser desta forma - pois a Carminho sempre demonstrou muita vontade em estar com outros meninos e em ir para a escola -, mas foi. Custou-nos aceitar esta realidade e lidar com esta situação mas foi mais um momento em que nos ultrapassámos como Pais. Estamos felizes agora. Felizes e descansados.



Convosco como foi? Foi assim também ou foi mais pacífico?

Um beijinho,

Mafalda   

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